Home / Blog / Postagem

Prevenir Burnout: antecipar o tratamento é atitude responsável

30 de abril de 2025

Você já se sentiu no limite, mesmo entregando resultados?

Para muitos profissionais, como executivos e profissionais liberais de alto desempenho, o desgaste emocional e físico se acumula em silêncio. Por muitas vezes, mesmo diante de sinais evidentes, o tratamento para burnout costuma ser adiado.


Neste artigo, portanto, vamos entender os principais motivos que levam profissionais de alta performance a negligenciar sua própria saúde mental. Nesse sentido, vamos listar caminhos seguros, embasados em evidências, para profissionais buscarem ajuda com discrição, profundidade e seriedade.


Aqui, na rotina de atendimento do consultório do Dr. Túlio Tomaz, é comum atender pessoas que vivem sob intensa pressão: como gestores, empresários e profissionais liberais que sustentam e encaram rotinas exigentes.


Nesse sentido, a abordagem adotada é cuidadosa e vai muito além dos sintomas: investiga-se o histórico pessoal, os fatores de risco e o impacto funcional da exaustão.


Neste artigo, você aprenderá:

  • Por que muitos profissionais postergam o cuidado;
  • Os riscos reais de não tratar o burnout;
  • Estratégias éticas e práticas para reconhecer e enfrentar o problema sem romper com a carreira;
  • O papel de um acompanhamento psiquiátrico de excelência para recuperação integral.


LEIA MAIS:

Ansiedade na família e amigos: como estar ao lado de pessoas próximas

Depressão na família e amigos: como ajudar e apoiar pessoas próximas


Afinal, como o burnout se manifesta na rotina de profissionais de alto nível?

O burnout é um esgotamento físico e mental associada ao contexto profissional. No caso de cargos executivos, por exemplo, ela assume contornos mais complexos, pois envolve responsabilidades estratégicas, pressão por performance e, muitas vezes, a dificuldade de demonstrar fragilidade.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout foi classificado como uma condição ocupacional caracterizada por:

  • Exaustão emocional persistente;
  • Redução do senso de eficácia profissional;
  • Despersonalização e distanciamento emocional do trabalho.


Fatores que agravam o burnout entre executivos e profissionais de alto desempenho

  1. Alta carga de responsabilidade decisória
  2. Invasão do trabalho sobre a vida pessoal
  3. Pressão por resultados e competitividade
  4. Isolamento hierárquico (falta de apoio emocional em cargos de liderança)
  5. Expectativas de resiliência inabalável


Por que tais profissionais adiam o tratamento do burnout?

1. Medo de parecer fraco ou incompetente

Em inúmeros ambientes de alta performance, admitir esgotamento ainda tende a ser visto como uma falha. Isso alimenta o estigma sobre a saúde mental no trabalho, dificultando o início do tratamento. Muitos preferem silenciar os sintomas, racionalizando que “vai passar depois do próximo projeto”.


2. Falsa crença de que "isso se resolve com férias"

Apesar de o descanso ser importante, ele não resolve o quadro clínico de burnout. Executivos, empresários e profissionais liberais (médicos, advogados, etc.) muitas vezes postergam o tratamento esperando que um recesso temporário solucione o problema, sem perceber que os sintomas reaparecem (e geralmente mais intensos) na retomada.

Exemplos práticos:

  • A pessoa retorna das férias ainda mais irritada, com sono fragmentado e sensação de vazio.
  • A motivação para liderar equipes não volta, mesmo com a agenda mais leve.


3. Falta de tempo (real ou percebida)

Outro fator frequente é a ideia de que “não há tempo” para se cuidar. O paradoxo é evidente: o profissional se mantém produtivo para os outros, mas incapaz de investir uma hora semanal no próprio tratamento. Isso também está relacionado a uma dificuldade de priorizar saúde em um ambiente que recompensa produtividade extrema.

Dessa forma, para acompanhar profissionais de alto desempenho é fundamental construir uma agenda terapêutica realista, que respeite a rotina, mas não abra mão do cuidado.


4. Subdiagnóstico e normalização dos sintomas

Muitos executivos e gestores interpretam os sinais de burnout como “parte do jogo”. Sentir-se exausto, irritado, sem energia e sem propósito vai sendo internalizado como normal.


Essa normalização do sofrimento dificulta o acesso ao diagnóstico correto.

Sintomas como insônia, perda de interesse, redução da libido, dores físicas sem explicação e alterações alimentares são muito comuns e confundidos com estresse passageiro.


Reconhecendo os sinais precoces de burnout

É possível identificar o burnout antes que ele cause afastamento ou colapso físico. Veja abaixo os sinais mais comuns:

  • Cansaço extremo ao acordar, mesmo após noites completas de sono
  • Dificuldade de concentração em tarefas que antes eram simples
  • Sensação constante de pressão interna, mesmo sem urgência real
  • Redução do entusiasmo com projetos que antes geravam satisfação
  • Irritabilidade com colegas ou familiares sem razão clara
  • Dores musculares, sintomas gastrintestinais ou enxaquecas frequentes


Esses sintomas, quando persistentes, indicam que algo está fora do ponto de equilíbrio. Buscar apoio não é uma desistência, mas uma estratégia de permanência saudável no trabalho.


Impactos do burnout na carreira e na vida pessoal

O burnout não tratado pode gerar, dentre vários problemas físicos e mentais, e até mesmo prejuízos laborais e interpessoais:

  • Queda de desempenho e erros estratégicos
  • Prejuízo na liderança e na tomada de decisões
  • Afastamentos prolongados
  • Deterioração de vínculos familiares e sociais
  • Aumento da vulnerabilidade a quadros como depressão e transtornos de ansiedade


A diferença entre adiar e agir no tempo certo

Um dos grandes diferenciais no tratamento de burnout está no momento da intervenção. Quanto mais cedo o quadro for reconhecido, maiores as chances de resposta positiva com intervenções menos invasivas. Isso inclui abordagens baseadas em evidência, que podem combinar psicoterapia, mudanças no estilo de vida, e em alguns casos medicamentos – sempre adaptadas à realidade e expectativas do paciente.


Para muitos profissionais de alta performance, o medo de parar ou reduzir a produtividade gera mais angústia do que o sofrimento causado pelo esgotamento em si. A boa notícia é que o tratamento do burnout não exige, na maioria dos casos, uma ruptura imediata e total com a rotina profissional. Com orientação especializada, é possível construir um plano terapêutico estruturado, preservando o que há de funcional na vida do paciente e ajustando, gradualmente, os pontos que geram exaustão.


A seguir, apresentamos estratégias que podem ser eficazes para enfrentar o burnout com segurança e respeito à individualidade.


1. Avaliação psiquiátrica especializada: o ponto de partida

A primeira ação recomendada é buscar um psiquiatra com experiência em transtornos relacionados ao estresse crônico. Durante a avaliação, o profissional deve explorar:

  • O histórico do paciente: picos de sobrecarga emocional, rupturas mentais anteriores, comorbidades;
  • A rotina de trabalho: volume de decisões, grau de controle, conflitos interpessoais;
  • Os sintomas atuais: desde alterações de sono até a percepção de propósito;
  • Expectativas com o tratamento: manter-se ativo, redefinir metas ou ajustar prioridades.


No nosso consultório, essa avaliação é feita de forma longa e individualizada. O foco está em compreender as causas do esgotamento e oferecer uma escuta livre de julgamentos, combinando abordagem técnica e sensibilidade clínica.


2. Construção de um plano terapêutico realista e personalizado

A eficácia do tratamento aumenta quando o paciente participa ativamente da estratégia terapêutica. Isso exige:

  • Ajuste gradual da rotina, priorizando momentos de recuperação (não significa parar, mas reorganizar);
  • Uso criterioso de medicações modernas, quando necessário, com foco na melhora funcional e mínima interferência na produtividade;
  • Orientações sobre higiene do sono e organização comportamental;
  • Indicação de práticas de redução de estresse com suporte científico, como mindfulness e técnicas de autorregulação emocional.

Ao longo do acompanhamento, o plano é constantemente reavaliado. No caso de profissionais de alta performance, isso é vital para compatibilizar a evolução clínica com as exigências do cargo.


3. Inserção de estratégias de autorregulação emocional

Profissionais em burnout frequentemente perdem a capacidade de perceber seus próprios limites. Técnicas de autorregulação ajudam a reestabelecer essa consciência. Entre as práticas com respaldo científico estão:

  • Respiração diafragmática lenta (estimula o nervo vago e reduz a hiperativação do sistema simpático);
  • Meditação guiada com foco em presença (diminui ruminações e reatividade emocional);
  • Registro de pensamentos automáticos disfuncionais (base da Terapia Cognitivo-Comportamental).

Essas técnicas, quando bem conduzidas, podem ser integradas à rotina executiva em momentos estratégicos: antes de reuniões críticas, após longas horas de foco ou no início do dia, como forma de regulação basal.


4. Reestruturação de crenças limitantes sobre produtividade e autocuidado

Parte do tratamento envolve trabalhar as crenças internas que alimentam o ciclo de exaustão, como:

  • “Só produzo sob pressão”
  • “Se eu descansar, perco meu lugar”
  • “Ninguém pode saber que estou mal”


Essas ideias, quando não revisadas, impedem a adesão ao tratamento e favorecem recaídas. Ao lado da psicoterapia, o psiquiatra tem papel importante em psicoeducar o paciente sobre os limites do corpo e da mente. Mostra-se, por exemplo, que produtividade real é incompatível com sofrimento contínuo.


A psiquiatria moderna, como é praticada na rotina de atendimento do nosso consultório, rompe com o modelo reducionista. Não se trata de "passar remédio", mas de criar entendimento. É isso que promove adesão e real mudança de comportamento.


5. Alimentação, sono e estilo de vida: mais do que coadjuvantes

A medicina do estilo de vida, campo no qual o Dr. Túlio é certificado, integra ciência e prática clínica ao propor ajustes consistentes em hábitos que influenciam diretamente o burnout:

  • Alimentação mediterrânea, rica em vegetais, grãos integrais, peixes e azeite, associada à redução de inflamação sistêmica e melhor regulação do humor;
  • Atividade física regular, com foco em prazer e não performance, demonstrada em estudos como fator de proteção contra recaídas depressivas e transtornos do sono;
  • Sono estruturado, com medidas objetivas de higiene do sono e suporte para transtornos associados, como insônia e bruxismo.


O tratamento psiquiátrico, nesses casos, não impõe uma fórmula pronta. Ele ajusta as orientações à realidade e aos limites de cada profissional.


6. Discrição, ética e sigilo: segurança em todos os sentidos

É comum que pacientes em cargos de liderança se preocupem com a confidencialidade do processo terapêutico. O atendimento especializado deve oferecer:

  • Ambiente reservado e seguro;
  • Agenda que respeite a rotina do paciente;
  • Conduta médica estritamente ética;
  • Ausência de qualquer julgamento moral sobre o sofrimento.


Em nosso consultório, a privacidade é uma premissa. A abordagem é centrada na pessoa, não no rótulo diagnóstico. Cada plano terapêutico nasce de escuta profunda e não de protocolos genéricos.


Perguntas frequentes sobre burnout

Quais são os sintomas de burnout em profissionais de alto desempenho?

Os sintomas mais relatados incluem cansaço extremo, queda de produtividade, despersonalização, apatia emocional, dificuldade de concentração, insônia e irritabilidade frequente. Em cargos de liderança, é comum mascarar os sinais com excesso de trabalho ou racionalizações como “isso é só pressão normal”.


Como saber se estou com burnout ou estressado?

O estresse pode ser momentâneo e cíclico, geralmente vinculado a um evento pontual. Já o burnout é persistente, crônico, progressivo e afeta a capacidade de resposta emocional e física, mesmo em situações simples. A diferença está na durabilidade, intensidade e prejuízo funcional. Somente uma avaliação psiquiátrica detalhada pode diferenciar os quadros com segurança.


Profissionais de alta performance realmente podem precisar de acompanhamento psiquiátrico?

Na maioria das vezes, sim. Cargos de liderança frequentemente envolvem decisões de alto impacto, pressão intensa e constante e isolamento emocional, fatores que favorecem o adoecimento psíquico. O acompanhamento com um médico psiquiatra especializado permite compreender o contexto, modular o tratamento conforme a realidade do paciente e preservar sua autonomia com responsabilidade clínica.


É possível tratar burnout sem se afastar do trabalho?

Em muitos casos, sim. O objetivo do tratamento é restabelecer a funcionalidade, e não interromper bruscamente a rotina. Um plano bem estruturado pode incluir ajustes progressivos, intervenções farmacológicas discretas e medidas comportamentais. A decisão sobre afastamento é tomada com base na gravidade do quadro e risco de agravamento.


Como um psiquiatra pode ajudar de forma prática no burnout?

A psiquiatria moderna oferece recursos precisos para tratar burnout:

  • Diagnóstico clínico acurado;
  • Medicação adequada, se necessário;
  • Monitoramento contínuo da evolução dos sintomas;
  • Orientação sobre estratégias cognitivas, regulação emocional e estilo de vida;
  • Interface com outras áreas, como psicologia e nutrição, quando indicado.


Adiar o tratamento é um risco invisível

O burnout em empresários, gestores e profissionais liberais de alta perfomance não acontece da noite para o dia. Ele se constrói em silêncio, entre entregas bem-sucedidas, metas cumpridas e reuniões inadiáveis. O adiamento do cuidado costuma parecer uma decisão racional, mas frequentemente serve apenas para agravar o sofrimento.


A boa notícia é que existem caminhos seguros, éticos e eficazes para retomar o equilíbrio, sem necessidade de rupturas radicais. Com escuta especializada e uma abordagem alinhada à realidade do paciente, é possível preservar sua carreira e restaurar sua saúde mental com consistência.


O consultório do Dr. Túlio Tomaz está preparado para acolher profissionais de alta exigência, com escuta ética, tratamento atualizado e planejamento terapêutico de longo prazo. A prioridade é oferecer cuidado técnico, humanizado e compatível com a vida real de quem não pode parar, mas também não pode adoecer.